segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Irada


Eu havia decidido dar um tempo com os meus textos, não ando muito bem pra escrever gracinhas e o que a maioria das pessoas gosta de ler é coisa leve, engraçadinha... Ninguém quer saber se meu coração vai bem ou vai mal, se o cara me ligou ou não, se eu transei ou não, se a minha relação com o mundo vai bem. É isso, não ando de bem com o mundo. As pessoas andam me irritando, prefiro ficar sozinha e quando fico, fico muito melhor. Não tenho mais paciência de ficar ouvindo histórias de amigas e nem conversar com a mãe, irmã, tia ou vizinha. Uma coisa que eu odeio é vizinha.
Acho que pode ser culpa de várias coisas: pessoas que me magoaram, amores mal resolvidos, ansiedade e hormônios!!!
Ou a culpa pode ser dos meus pais, da forma que eu cresci, falta de amor do pai ou da mãe, ou culpa da bosta desse país… foda-se todo mundo, resolvi escrever o que eu sinto e pronto.
Gostem ou não, é a minha vida, é meu desabafo e claro, é meu o blog. E já aviso, quem não gostar de palavrão, saia e volte outro dia.
Ando indignada com as pessoas, não estou conseguindo me relacionar com ninguém. Digo isso, me referindo a qualquer tipo de relacionamento com pessoas.
Com animais me dou super bem. Por que? Porque eles não falam, não te irritam, não te traem, não te ameaçam… podem morder sim, mas é por defesa, não por maldade.
Ando preferindo me isolar no meu quarto ouvindo músicas, lendo ou escrevendo (a televisão também tem me dado sono com uma programação de merda, cheia de propagandas ridículas). Quando penso em sair, penso em sair sozinha. Mas o meu autodiagnóstico é bem óbvio: decepção com a vida e a falta de alguns malditos hormônios.
Porque quando você é mais jovem, ainda acredita na vida, ainda acredita naquele cara, não passou por várias crises com o mesmo desfecho, sai pra dançar, beija um, beija outro e tudo fica bem. No dia seguinte, liga pra melhor amiga e fica horas contando o que rolou. Mas quando esses hormônios filhos-da-puta começam a ir embora junto com o cara da sua vida,… você tem que correr pro médico ou se isolar, assim, como eu estou fazendo.
Já pensei em me mudar pra longe e só visitar meus pais a cada três meses, mas tem o meu cachorro, que é meu único e fiel amigo. Levo comigo? E quem vai cuidar dele quando eu for trabalhar? E meus pais? E ele? Vão sentir a falta um do outro…
Que merda! Vou ter que ficar aqui mesmo e pensar numa forma de me sentir melhor. Será que busco uma reposição hormonal ou mando matar aquele cara?
Aquele idiota que me irritou hoje no shopping, quando eu disse que queria levar a roupa pra experimentar em casa… e ele disse que não podia, mas se eu deixasse um cheque caução, tudo bem. Vá se foder cara! Não respondi isso, mas peguei a minha bolsa e saí tropeçando e jurei jurei jurei que nunca mais volto naquela loja.
Também já tive vontade de bater na minha mãe quando ela invade meu quarto e vem querendo me contar o que a vizinha falou sobre aquela outra vizinha. Vão se foder todas as vizinhas desse maldito quarteirão. Pensei isso, mas não disse, olhei pra ela e peguei o celular simulando que alguém estivesse me ligando (graças ao meu vibra call que é baixo, ela acreditou).
Ufa saiu!
Que ótimo, posso continuar escrevendo umas coisas idiotas pra exercitar meu cérebro, massagear meu ego e me esconder do mundo. Não suporto internet, mas não consigo deixar de ler aquelas notícias mais hediondas, do tipo “matou a mulher, os dois filhos, a mãe, o tio e o avô…” e lanço uma observação pra quem estiver do meu lado “que horror… como tem gente que consegue fazer esse tipo de coisa?”. Mas olha eu aqui, se eu perder mais hormônios, corro o risco de me tornar uma pessoa perigosa.
Amanhã vou procurar meu médico e vou começar a praticar algum tipo de esporte. Já disse isso um milhão de vezes e nunca faço nada, fico esperando que os hormoniozinhos apareçam e entrem por algum buraco do meu corpo e expurgue de mim toda essa ira.
Odeio também o Ira, o Irã e o Iraque. E não dê risada, é sério essa porra de raiva. Talvez amanhã eu delete e ninguém leia isso. Mas tenho que divulgar esse sentimento e dar um “toque, um murro, um soco” nas pessoas que pensam em se aproximar de mim: AFASTEM-SE. DO NOT DISTURB!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

www.bemnamoda.com.br

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Dolce & Gabbana





Chanel






Banksy














Você me chamou por telefone. Não te vejo há três meses… seis anos juntos e agora sem te ver… pela tua voz no telefone sei que você está controlando uma emoção, querendo bancar o homem seguro de si… e fico desesperada porque mesmo assim você consegue fingir solidez e eu… e eu… ao ouvir tua voz, o mundo se acalma… tudo estava rodando e se acalma, minha casa estava cheia de perigos, as facas, os garfos me ameaçavam das gavetas, as agulhas, os remédios envenenados, os mosquitos e bichos voando nas janelas querendo me atacar e tua voz vem calma no telefone e eu sei que é mentira que você vive em pânico mas eu fico toda emocionada, fico toda menina, toda protegida com o falso tom de bondade sórdida que tua pose de homem prático assume… e tua voz vem do mundo dos altos, dos fortes, e eu, mesmo sabendo dos perigos que esta paz me oferece, me arrumei toda para vir aqui ver você… penteei os cabelos negros que você ama, me pintei e então… tudo que se movia na casa se acalmou, pego um táxi e penso: “Tenho um homem” e salto na rua, mexem comigo e penso: “Chamo meu homem. Ele te bate!”… Sei que você é um covarde mas mesmo assim… Desde menina você já existia como uma nuvem no ar e subo confusa as escadas e entro em tua casa louca para procurar os vestígios das outras mulheres que te frequentam… e sei que você vai me receber sólido e filho-da-puta, e aos poucos vai me provar que você é o porto seguro e eu a galera enlouquecida, que eu sou a porra-louca e você a maravilha, eu sei, canalha, mas eu suportarei a humilhação para poder ver teus olhos e pensar: “Meu homem, meu homem, meu homem perdido e sempre eternamente meu homem”… e eu sei que conseguirei te desagregar pouco a pouco e que no fim da noite você estará caído feito um joão-ninguém entre pedaços de kriptonita e eu ajeitarei o batom, o salto alto e partirei vingada, pensando: “ Dorme, meu homem… dorme, my baby, that’s my boy”… e vou voltar sozinha pro mundo onde tudo gira feito um carnaval de arlequim e vou ficar infeliz feito nada… mas vou entrar… ficar normal… te olhar nos olhos… ficar normal… a porta está entreaberta… vou abrir… no horizonte vão nascer os olhos dele… quanto menos eu falar, melhor…
Ela já está diante de mim há 55 segundos e dois décimos… eu estou obsessivo com este negócio de dirigir filme de publicidade… sei quantos segundos gasto para ir até a cozinha…
Os olhos dele nasceram… detrás dos olhos dele há outros olhos outros outros…
(trecho do livro "Eu sei que vou te amar" - Arnaldo Jabor)

ELIZABETH SECKLEN

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"o luxo é uma válvula de escape tão indispensável à atividade humana quanto o repouso, o esporte, a reflexão (ou a oração)." Jean Castarède