quinta-feira, 6 de novembro de 2008

DUVIDA DA LUZ DOS ASTROS,
DE QUE O SOL TENHA CALOR,
DUVIDA ATÉ DA VERDADE,
MAS CONFIA EM MEU AMOR.
Hamlet, 11:11

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Tenho a situação controlada


Tenho a situação controlada.
Domino o meu espaço e o meu conteúdo.
O meu espaço vazio.
Ou as dezenas de objetos diferentes que guardo.
Sei sempre o que possuo, o que não existe ou o que falta.
Para estudar a minha fisionomia, talvez não seja preciso pensar muito.
Mas, visto mais de perto, sou quase divina e merecedora de grandes viagens.
Uma verdadeira companheira de amor e consolo, de reconhecimento.
Fui apoiada com tal força e paixão amorosa pela minha alma e pelos seus valores!
Ela me faz subir mil escadas, segurando-me e sem nunca me ignorar.
E eu estou aqui para acalmá-la, dar-lhe equilíbrio ou ser testemunha.
Por vezes, revolve a minha alma à procura de coisas necessárias, como batons e espelhos que guardo com carinho.
Procura lá dentro e encontra o meu sagrado espaço interior.
Repleto de maquiagens e espelhos, sou a bolsa da minha dama.
(David Roby)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Por isso ando sem olhar pra trás
já foi, virou notícia velha
de um jornal de muitos anos atrás
não vale a pena, não acrescenta
não sinto vontade, nem saudade
ficou antigo, velho e fedido
pelas coisas que apodreceram
e se perderam no caminho
Por isso ando sem olhar pra trás
não corro, ando de cabeça erguida
mesmo que tenha um peso na minha lembrança
que faz meus passos serem ainda mais fortes,
rápidos e decididos
Por isso ando sem olhar pra trás
num gesto de revolta, cuspo no chão
consciente do papel quase ridículo
mas vou em frente, sempre pensando
como pude?
Por isso ando sem olhar pra trás
não agüento esse cheiro
que antes eu respirava fundo pra sentir
e agora é um odor insuportável
não quero ouvir sua voz, sua conversa
falsa, dissimulada e desinteressante
não suporto olhar para o seu rosto
ficou cheio de marcas tristes
com cara de quem comeu
e nunca vai gostar de ninguém
Por isso ando sem olhar pra trás

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Todas as Cartas de Amor são Ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor.
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos
o problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente.
Fernanda Young

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Hein?

Olho para os lados e pergunto: o que você acha que eu devo fazer? Pra onde eu devo ir?
Qual é a minha cara? Do que eu realmente gosto?
Perdi a vontade, a identidade e ando perdendo a paciência com a vida. Quero ser como um grande artista que olha a sua tela e respira orgulhoso. Quero ser como um atleta que, no dia da grande olimpíada, cai e chora, porque lutou e lutou anos pra ser o melhor.
Não sei pintar tela nenhuma, quando caio só me preocupo com o hematoma, se vai me deixar marcas. O único desejo que não me desgruda nunca é uma compra. A tal sensação de poder, de felicidade que dura até o momento em que entro no táxi e percebo a loucura que eu fiz.
Ultimamente, a minha única busca é uma busca. O que fazer pra ter tesão de levantar da cama e cantar no chuveiro?
Exagerei. Não preciso cantar. Só uma dançadinha na frente do espelho e louca pra sair correndo pra algum lugar.
A sensação que eu tenho é que o relógio (que eu não tenho no pulso) está correndo e me chamando ACOOOOOOOOOOOOOOOORDA SUA IDIOTA! FAÇA ALGUMA COISA REALMENTE LEGAL!
Aí já vem a loucura do espelho e já me vejo feliz, vestida num modelito “creative fashion”, nada básico, com calças rasgadas, mil pulseiras que tomam todo o meu antebraço, um anel enorme de pedra roxa (ametista) no meu dedo indicador e uma bota de plataforma altíssima. Nos meus cabelos, uma flor. Louca, eu?
Não! Quero extrapolar da cabeça aos pés, ando cheia de idéias malucas, mas não consigo filtrar uma que preste. Mas haverá um dia, em que alucinada e amparada por anjos amarrados (todos de branco mas com asas coloridas) me farão uma mulher de sucesso e realizada. Louca e feliz. Pobre e criativa. Porra-louca e cristã.

Bem na Moda


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Marcas pra que mesmo?


B52 chegou do Asteróide Zig há meia hora. Ele aterrissou no quintal de um tal de Teixeira, à tarde.
Depois de chacoalhar a poeira estelar, para recarregar as baterias solares, deu um pulo no bronzeamento artificial de Teixeira, enquanto se atualizava sobre seu anfitrião no Zigpídia.

“Interessante, muito interessante, refletia B52. O tal Teixeira está à frente (lidera, idealiza) de muitas estratégias (técnicas, táticas e planos de ação) mercadológicas (que dizem respeito ao mercado de compra e venda) que envolvem (que cobrem) campanhas (temporada de guerra) publicitárias (de coisas que são publicadas) para grandes marcas (pegadas, ou referente à denominação simbólica de um produto ou serviço). Marcas? Vamos investigar.”

Mais tarde, deambulando pela casa do Teixeira, B52 pesquisou com muito afinco o que seriam essas tais marcas. Encontrou muitas e de dois tipos.
As do primeiro tipo na sua maioria provinham de vestígios humanos. Pareciam ser dejetos de matéria orgânica em decomposição: de pele, de secreções e de outros que tais que B52 armazenava cuidadosamente para análise posterior.
As do segundo tipo eram muito mais uniformes, pouco variadas e, portanto, menos interessantes. Todas identificavam aquele monte de objetos inanimados que compunham o lar de Teixeira. Elas “marcavam” tudo, embora esse tudo parecesse muito parecido e com interesse científico muito duvidoso.
E tropicando aqui, xeretando acolá, B52 acabou pisando num objeto não identificado que, por ação de causa e efeito, acionou outro que acendeu e começou a falar. B52 fascinou-se com a luz que irradiava de lá, cheia de vida, cores e sons. Demorou-se por ali, deslumbrado.
E foi nesse estado de contemplação estática que Teixeira o encontrou. O publicitário não se acanhou e sentou-se a seu lado, cansado de tantas frentes estratégicas e campanhas memoráveis.
B52 despertou de sua letargia e, com os discos rígidos completamente lotados de tanta armazenagem, entregou-se:
- O que são marcas?
- Ora, marcas são representações simbólicas de um produto ou serviço.
- Por certo. Isso eu entendi. Mas simbolizam o que exatamente?
- Simbolizam os atributos racionais e emocionais associados aos produtos e serviços.
- Racionais como?
- Como, por exemplo, “conforto e velocidade” para um carro, “poder de absorver” para um lenço, “limpeza eficiente” para um sabão de roupas. Mas essas não são importantes. Ninguém mais liga para atributos racionais.
- Não?
- Não. Ninguém compra um carro para ir de um lugar ao outro, nem um lenço para assoar o nariz e muito menos um sabão para lavar uma roupa.
- Não?
- Não. As pessoas compram um carro para se sentirem poderosas, um lenço para dar um toque de feminilidade, um sabão para se sentir vivo.
- E por que as pessoas compram um carro, um lenço e um sabão?
- Elas não compram carros, lenços e sabões. Compram marcas.
- Marcas?
- Marcas são a virtualização arquetípica das atitudes sintomáticas das pessoas, as manifestações das personalidades por símbolos interpostos, visando relacionar e situar o homem moderno no seu ser/estar, frente à sociedade, ao outro, a seu destino incerto, blábláblá.
- Marcas?
- Sim, marcas são o fascínio da humanidade, o devir capitalista mais-bem sucedido da história moderna, blábláblá.
- E o que VOCÊ faz?
- Ora, conto tudo isso para as pessoas e elas a-do-ram!
- A-do-ram?
- Sim, compram adoidadas.
- O quê?
- Ué, as próprias.
- Compram poder, feminilidade, vida?
- Exatamente!
- Elas compram onde?
- Eu poderia dizer “nos pontos de distribuição das marcas”, mas prefiro dizer “nos pontos de contato”
- Contatos?
- Sim, nessa televisão por exemplo.
- Eu posso comprar aqui?
- Praticamente.
- E o carro, o lenço, o sabão?
- Mas quem liga pra isso, meu caro? Não importa. Você vai lá na loja, mas já comprou aqui.
- Já? - Já. Só falta você dar o dinheiro. E não se esquecer do meu.
B52 foi-se da Terra no mesmo instante, para nunca mais voltar. Voltou para Zig porque lá tem teletransporte para todo canto, ninguém fica com nariz escorrendo e muito menos usa roupas para esconder as vergonhas.
(Fernand Alphen - seu post mais recente no blog do GP)

Fernand Alphen na Livraria da Vila




Segundo o Fernand, é o primeiro volume de uma coleção de contos.
Mas você pode conferir pessoalmente: amanhã, 26/08, o diretor de planejamento da F/Nazca estará lançando seu livro "História para Ex-Crianças", pela Editora Via Lettera.
Será na Livraria da Vila Jardins, Al. Lorena, 1731, São Paulo, das 19h às 22h.09-08-2008


quarta-feira, 19 de março de 2008

WWF NO BRASIL


Peace Symbols



Identities. Recent Work. NY. Paula Scher







THE STORY OF DKNY: A BRAND FANTASY


Donna Karan apresentou a DKNY em 1989, num momento em que todos os estilistas tinham acabado de lançar, ou estavam se preparando para lançar, uma linha acessível. Anne Klein, com a Anne Klein II, foi um bom exemplo desta estratégia de venda. A Anne Klein II obedecia à mesma estética, silhueta, cores e aspecto visual da linha original da estilista, mas com tecidos acessíveis. A DKNY não seguiu este modelo.

Donna Karan desenhou a linha do mesmo nome acreditando que as aspirações da mulher moderna, trabalhadora como ela própria, podiam se ver refletidas no estilo de vida da cidade mais excitante do mundo: Nova Iorque.

A Linha Donna Karan apresentava roupas adequadas à mulher executiva, suscetíveis de serem usadas no escritório, no almoço de negócios e até numa reunião formal.
Uma tal estética refletia as características mais marcantes de Nova Iorque: chique, confiante, sedutora e sofisticada. No fundo, Donna Karan desenhou roupa para ela própria. Peter Arnell do Grupo Arnell trabalhou em contato muito direto com Karan na marca Donna Karan e ao longo dos anos, a partir das discussões que iam mantendo, foi percebendo que Karan se referia muitas vezes ao fato de não ter nada que vestir nos finais de semana.

O que faltava no seu guarda roupa eram peças para o momento mais descontraído da vida, afastado do trabalho. Nem o vestido que usava para um cocktail, nem o que usava em um almoço de negócios serviam para brincar com a filha no Central Park, para percorrer os passeios do Soho com o marido ou para ir com os amigos passear nas feiras da 6ª Avenida.

Durante a semana ela era formal, poderosa e sofisticada, habituada a comer caviar no jantar. Nos finais de semana continuava a ter estilo, mas numa forma mais acessível e descontraída. Sentia-se livre e tinha reações tão espontâneas que era capaz de parar para devorar uma fatia de pizza. Percebeu que faltava roupa adequada para este outro lado de Donna Karan.
Quando Karan propôs a Arnell o desafio de criar uma segunda linha, Arnell teve a idéia de concentrar-se no lado mais descontraído da cliente Donna Karan. Esta estratégia visava alargar a base de clientes, não propriamente no sentido de o número destas crescer, mas de aumentar as ocasiões de usarem roupas da estilista. Esta linha permitiria à cliente Donna Karan vesti-la sete dias por semana e não apenas cinco. A inspiração para a linha de Donna Karan, enquanto estilista, era a profissional bem-sucedida, segura de si numa cidade como Nova Iorque. A inspiração para a segunda linha de Donna Karan era esta mulher desfrutando calmamente essa mesma cidade. Para ter uma verdadeira noção da identidade da marca, Arnell fez o que toda gente faz em Nova Iorque: passeou pela cidade.

Arnell andou por todo o lado, da Wall Street ao Harlem, prestando toda a atenção àquela cidade tão amada por Karan, por ele próprio e por milhões de pessoas de todo o mundo. O burburinho da cidade, a sua pulsação, o ritmo de vida nas ruas, as linhas inesperadas e irregulares da sua arquitetura desenhadas no céu, toda a cidade se refletia na marca. Nesse percurso Arnell redescobriu que Nova Iorque era uma cidade de instituições icônicas, desde a fachada do Metropolitan até uma simples casa de bairro, desde a Bolsa até um quartel de bombeiros. As imagens fortes de instituições como o NYPD e o FDNY inspiraram a criação do mais recente ícone da cidade. Donna Karan New York deu origem à DKNY. A cidade de Nova Iorque tornou-se o ícone de onde viria nascer a marca. As suas imagens e os seus símbolos tornaram-se as imagens e os símbolos da DKNY. As peças de metal que substituem as moedas na compra de bilhetes de metropolitano foram re-imaginadas e usadas como aplicações nos jeans, as tampas dos poços de inspeção e manutenção serviram de modelo a botões. Os gradeamentos dos passeios inspiraram a textura do empacotamento.
DKNY WALK, uma brincadeira copiada dos letreiros que indicam os nomes das ruas, decorava as tampas das caixas de sapatos. Integradas no logo estavam também fotografias da cidade, tendo-se criado uma foto-montagem com ícones como a Estátua da Liberdade, a Ponte de Brooklyn e o Empire State Building.

Nos grandes armazéns, Arnell instalou boutiques, que deram ainda maior divulgação à marca. Era uma experiência completamente nova no âmbito das compras. Os materiais e as imagens foram retirados à paisagem da cidade; a luz, por exemplo, provinha do que parecia serem candeeiros de rua. A cliente que fosse fazer compras à boutique DKNY sentia-se imersa na cidade de Nova Iorque.

A própria cidade, aliás, se tornaria rápido, o cenário da DKNY. Para que o lançamento da marca decorresse da forma mais impressionante, o Grupo Arnell contratou quem escrevesse DKNY pelos céus da cidade. Por coincidência, a nata da imprensa internacional estava lá para fazer a cobertura da visita do presidente americano às Nações Unidas, marcada para esse mesmo dia. Ninguém sabia o que era DKNY e as fotografias feitas, o que aquelas letras queriam dizer? Um protesto? Uma saudação? Uma mensagem política?
Outras formas inovadoras de promover a marca incluíram um sinal indicativo de uma auto-estrada à saída do túnel de Midtown em direção à Manhattan, no qual se lia Uptown para a direita, Downtown para a esquerda e DKNY para a frente.
Por toda a cidade se viam cartazes coma foto-montagem da DKNY. O mais memorável de todos foi colocado em Houston e Broadway, a passagem para o Soho. Primeiro, porque se encontrava num edifício de grande significado, onde não era permitido publicidade.

Para adquirir aquele espaço, Arnell colaborou com historiadores de arte e restauradores no sentido de se criar uma pintura especial que combinasse bem com as paredes do edifício. Refletiria a idade e o estado do edifício, levando a acreditar que estivesse sempre ali. Através destas ações, Arnell convenceu os responsáveis pela administração da cidade a permitirem a instalação do mural naquele local histórico.

Hoje, o mural do Soho, depois de dezessete anos, tornou-se um autêntico cenário e símbolo da cidade, cumprindo, assim, a promessa inicialmente feita pela DKNY: ser um autêntico ícone de Nova Iorque.
(Book "Logo Design" - Taschen)

segunda-feira, 17 de março de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

Disney - "Year of a Million Dreams"

David Beckham

Scarlett Johansson

Beyoncé

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Albert Watson, Shot in Vegas






by Kevin Cremens




Richard Avedon exhibition

for Versace

for Versace

for Versace

Avedon, self-portrait, Provo, Utah 1980

Bjork, musician, NY 2004

Roberto Lopez, oil field worker, Lyons, Texas 1980

Dovima with elephants evening dress by Dior, Cirque d'Hiver - Paris 1995

Kate Moss for Versace

Anna Magnani, actor, NY 1953

Prince

Sylvester Stallone and Claudia Schiffer for Versace

ELIZABETH SECKLEN

Minha foto
"o luxo é uma válvula de escape tão indispensável à atividade humana quanto o repouso, o esporte, a reflexão (ou a oração)." Jean Castarède