
Acariciando o queixo, desenhava com uma mão, assuntando com as tripas e respirando com o coração.
Horas a fio pesquisava, firmava o traço e os rabiscos soluçavam sobre o papel.
Quando se deu por satisfeito, no quarto silencioso, um enorme sorriso iluminou o papel. A carta estava encerrada. Mandaria no dia seguinte.
Todas as cartas de amor são parecidas. Dizem as mesmas coisas, repetem as mesmas palavras, as mesmas superfícies e idênticos conteúdos.
Cartas de amor não dizem nada. Cartas de amor são palavras parasitas. Tal qual um vírus inanimado quando solto no ar, manifestam-se quando penduram seus mistérios no receptor.
E, quando encontram o único e adequado terreno, meu Deus, o que é essa avalanche? Meu Deus do céu, faça-me ser o escravo dessa química!
De que me importa o Deus do céu, quando se ama?
Nenhum comentário:
Postar um comentário